ALAS exalta seu grande Ex Presidente Theotonio dos Santos

ALAS exalta seu grande Ex Presidente Theotonio dos Santos


O Ex Presidente de ALAS Theotonio dos Santos foi um importante sociólogo mundial, um dos fundadores da Teoria Crítica da Dependência, sempre batalhando pela democracia e pelo socialismo.
Foi professor na Universidade de Brasília (UnB), tendo sido incluído na primeira lista de perseguidos pela Ditadura Militar do Brasil, em 1964. No exílio, trabalhou no Centro de Estudos Socioeconómicos da Universidade do Chile (CESO). Impulsionou uma abordagem interdisciplinar do desenvolvimento da América Latina, contribuindo com Vania Bambirra e Ruy Mauro Marini, à construção da Teoria Marxista da Dependência. Com o Golpe Chileno, foi residir no México, passando a trabalhar na UNAM. Retornou ao Brasil em 1979, tendo participado, com Leonel Brizola, da fundação do PDT – Partido Democrático Trabalhista (PDT). No Governo do Rio de Janeiro, participou dos primeiros cursos de Direitos Humanos para policiais.
Autor de 38 livros, coautor ou colaborador de 78 livros, além de inúmeros artigos, Theotonio era Mestre em Ciência Política pela UnB e Doutor “Notório Saber” pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Professor emérito da UFF, era Pesquisador Nacional Sênior da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Presidente da Cátedra e Rede da UNESCO sobre “Economia Global e Desenvolvimento Sustentável” – REGGEN. Recebeu o título de Doutor Honoris Causa pelas Universidades de Buenos Aires (Argentina), Ricardo Palma (Peru), Nacional Mayor de San Marcos (Peru). Foi agraciado com a Ordem do Rio Branco (Brasil), a Medalha Pedro Ernesto (Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro), Haya de la Torre (APRA, Peru), Luiz Carlos Prestes (Inverta, Brasil) e Bernardo O’Higgins (Chile), também recebendo o Prêmio Mundial de Economia Marxista pela Associação Mundial de Economia Política (WAPE), Hong Kong.
Sua obra articulou a Teoria da Dependência à Teoria do Sistema-Mundo, concebendo aquela como a primeira etapa da construção de uma visão crítica que partisse da periferia e rompesse com o Eurocentrismo.
Seus livros foram publicados em dezessete idiomas. Recentemente, foi editado na China, pois acreditava em um novo Sul Global, no qual teriam importante presença os Países da América do Sul e as potências continentais do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Os trabalhos de Theotonio acentuaram o caráter desigual, super explorador, as limitações democráticas e a propensão ao subdesenvolvimento das elites latino-americanas, agora dedicadas à mineração, ao agronegócio e ao capitalismo financeiro.
Em um de seus recentes textos, escreveu:
“Además, está claro que no se puede aceptar la reducción del concepto de democracia a los principios liberales que contradicen históricamente los principios democráticos. La libertad de los explotadores y violentos dominadores no puede ser un principio ordenador de un mundo cada vez más interactivo. (…) Está, pues, al orden del día una batalla de ideas que se dibuja en el planeta con fuertes colores. Nuestra capacidad de movilización contra la ofensiva del gran capital es crucial. Pero esta debe reivindicar la defensa de una nueva sociedad, de una nueva economía y de una nueva cultura, así como la creación de los instrumentos necesarios para que cada ser humano se convierta en el dueño de su propio destino”. [1]
A cultura mundial deve a Theotonio dos Santos, desde a América Latina, uma contribuição fundamental para explicar os dilemas do desenvolvimento social e para desenvolver uma sociologia crítica mundial que possa oferecer explicações, mas também novas utopias planetárias. Longa vida ao legado de Theotonio dos Santos.
 
[1] “La ofensiva del gran capital y las amenazas para América Latina”. In: Las encrucijadas abiertas: América Latina y Caribe. Sociedad y Pensamiento Crítico Abya Yala / Alberto Bialakowsky [et al.] ; compilado por Alberto L. Bialakowsky ; Nora Garita Bonilla; Marcelo Arnold Cathalifaud ; Paulo Henrique Martins; Jaime A. Preciado Coronado. – 1a ed . – Ciudad Autónoma de Buenos Aires 2017, p. 120.

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